segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Uma mão cheia de nada, outra de coisa nenhuma

 

Sobre a mais grave crise da história da democracia Carmo Afonso escreve mais uma crónica onde demonstra a fraqueza dos argumentos do ministério público perante os argumentos que soprou entretanto para a imprensa.

Por exemplo, que censura merece o presidente da câmara de Sines por ter procurado apoios privados para eventos culturais ou associações desportivas dos seus munícipes?

A confusão entre António Costa e o ministro da economia, imputando ao primeiro suspeitas, que caem ruidosamente pela base, põe em causa o tal parágrafo do comunicado da procuradoria-geral da República justificativa da demissão daquele. Como diz a comentadora “um primeiro-ministro eleito com maioria absoluta apresentou demissão por causa de um parágrafo que foi escrito a partir de, pelo menos, um erro”.

Se alguém recebeu contrapartidas do que consta dos indícios apresentados, Diogo Lacerda não os escondeu, declarando-as nos seus rendimentos enquanto remunerações legítimas de um trabalho regular de consultoria para a empresa agora no foco dos acontecimentos.

Há, de facto, os 78,5 mil euros de Vitor Escária, mas os procuradores incumbidos do processo não os conseguiram relacionar com as alegações sobre esta suposta “corrupção”.

Certo é o facto de necessitarmos de investimento estrangeiro e termos um ministério público decidido a fazê-lo fugir para outras paragens, onde se escuse a servir de arma de arremesso de poderes judiciais ilegítimos, por ninguém sufragados pelo voto, nem sujeitos a qualquer escrutínio, mas apostados em fazerem política a favor dos populistas da extrema-direita.

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