quarta-feira, 8 de novembro de 2023

No rescaldo do golpe judicial contra o governo

 


Independentemente do que Marcelo amanhã decidir já pouco se altera nesta realidade política marcada por mais um golpe de Estado judicial sobre as instituições democráticas do país, desrespeitando-se a vontade do eleitorado que, há ano e meio, dera a maioria absoluta ao Partido Socialista.

Uma vez mais fica demonstrada a tentação dos procuradores da Rua da Escola Politécnica em fazerem tiro ao alvo ao Palácio situado do outro lado do Largo do Rato e, depois de Paulo Pedroso, Ferro Rodrigues, José Sócrates, queiram atribuir a António Costa culpas que ninguém de boa fé pode acreditar virem a ser comprovadas.

Pegando em negócios integráveis na urgente orientação do país para a Economia Verde - a que se compatibilizará com as respostas a dar às alterações climáticas - os procuradores terão um caso, que poderá prolongar-se anos a fio sem em nada redundar, e ficam sob a suspeita de terem deitado abaixo um governo estável, com um balanço muito positivo no controle das contas públicas, e a fazer os possíveis por resolver os imbróglios na Saúde, na Educação e na Habitação - que nunca terão solução com possíveis alternativas à direita - para abrirem caminho a uma extrema-direita populista que, além de abaixo de medíocre na qualidade, só sobrevive à conta do caos, que procura impor com estes e outros putativos aliados.

No rescaldo deste dia 7 de novembro António Costa foi inteligente ao demitir-se quando, provavelmente, os autores do golpe desejariam mantê-lo a definhar em lume brando por conta do argumento de não justificar-se tão drástica decisão à luz do principio da presunção de inocência.

Ao colocar a resolução do problema em Marcelo, António Costa transferiu o ónus da solução em quem tanto contribuíra para o querer enfraquecer com sucessivos e insidiosos ataques a partir do palácio de Belém.

É que, sem o Orçamento aprovado e com tanta urgência em garantir as verbas do PRR, ao mesmo tempo que a direita montenegrina é o susto que se sabe, o eleitorado tenderá a confrontar-se com o horror do vazio depois da vislumbrada estabilidade animosa, a que dava sinais de possível e consolidada melhoria na qualidade de vida.

E, com uma nova e mais decidida direção até será bem possível que, contra ventos e marés, o Partido Socialista continue a ser o partido mais representado na Assembleia da República e maior facilidade de estabelecer pontes com as demais esquerdas numa renovada geringonça. 

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