domingo, 28 de agosto de 2022

Uma nova classe social em ascensão?

 

São noções básicas da História: depois de uma sociedade dividida entre senhores e escravos, aristocratas e servos da gleba, burgueses e operários - definidas por sucessivas quedas de impérios e grandes revoluções -, podemos estar à beira de uma nova mudança, com a superação de todos quantos defendem e se sentem acomodados no sistema capitalista, por quem se apressa a ditar a este último um merecido dobre de finados.

Bruno Latour prevê que possa surgir uma nova classe ecológica incumbida de exigir um tipo de sociedade capaz de garantir a sobrevivência da civilização humana.

A propósito dessa hipótese o filósofo francês dá um exemplo lapidar: aquando da Revolução Francesa era na burguesia que se sentia o orgulho de ter por si a Razão nela fundamentando-se o mérito de sobrepor-se à decadente aristocracia. Pelo contrário, nos dias de hoje, a burguesia - seja a do topo feita de especuladores financeiros e de oligarcas, seja a dos pequenos empresários iludidos pela possibilidade de um ascensor social que, afinal, nunca pára no piso em que estão - tornou-se irracional comportando-se como uma avestruz assustada com o que sabe estar iminente. A História demonstra que uma classe assustada pelo seu devir não consegue evitar a sua irreversível queda.

A ainda muito heterogénea classe ecológica - aquela que prefiro considerar como aderente aos ideais de um urgente ecossocialismo! - encara aquilo que a Ciência demonstra, procura entendê-lo para formular e exigir o advento de um outro tipo de sistema económico e social. Que será o único viável, o da última oportunidade de sobrevivência antes da catástrofe!

Agora só falta que os ventos da História, em formato de vigoroso furacão, erradique do poder quem nele apenas busca manter as coisas tais quais estão. Ilusória ideia, porque as mudanças climáticas, acabarão por puxar o tapete a quem as não enfrenta com a exigível sagacidade.

1 comentário:

  1. Eu sou Socialista e de Esquerda, mas não me revejo em ecopatetices que estão a fazer o mundo recuar dezenas, se não centenas de anos. Espero que haja uma reversão rápida e se deite para o caixote do lixo da História aqueles que nos querem fazer retornar à Idade Média. Querer acabar com o plástico, substituindo-o por materiais que não servem para o efeito é de uma imbecilidade e de uma acefalia a toda a prova. Beber sumos por palhinhas de cartão e comer gelados com colheres de madeira em vez de usar plástico só entra na cabeça de gente acéfala e sem noção.

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