domingo, 7 de agosto de 2022

Ana quem?

 

A mediocridade das nossas televisões ficou mais uma vez demonstrada - mas seriam necessárias reiteradas provas? - com o tratamento dado à notícia da morte de Ana Luísa Amaral. Ao preteri-la como notícia de abertura, atirando-a para meio dos telejornais, depois dos escândalos da Igreja Católica e dos problemas nos hospitais, os diretores de informação comprovaram a sua prioridade ao incentivo dos instintos primários dos espectadores, que se ajuízam mais interessados em histórias de alcovas e sotainas, em vez de lhes dar o ensejo de conhecerem e darem a devida importância a um nome maior da nossa cultura, de cuja obra poética muito teriam a aproveitar.

Uma das causas da decadência deste povo peninsular tem sido a alavancagem dos seus mais arreigados defeitos em vez de lhe procurarem aprimorar as qualidades. Dão-lhe cultura pimba, hooliganismo futebolístico e histórias de faca e alguidar e tem-se a garantia de se troglodizarem o suficiente para acabarem por achar natural o voto no Chega. E quer-se maior demonstração do que se está a passar em Itália? Depois de anos a fio de berlusconização das televisões e aí temos um dos países mais influentes da Europa a enredar-se nas falácias das extremas-direitas? 

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