sexta-feira, 22 de abril de 2022

Dia da Terra

1. Hoje é o Dia da Terra, mas a pandemia primeiro, a guerra da Ucrânia depois, tem-nos feito distrair da urgente focalização que os combates contra o aquecimento global deveriam ter. Alguns dias atrás, quando vi o documentário «Now», senti-o irremediavelmente datado, embora produzido há apenas dois anos, porque a evidência de um levantamento global da juventude em prol desse objetivo parece ter passado para plano muito secundário. E não é que, todos os dias, o planeta não continue a perder florestas e diversidade biológica ao mesmo tempo, que os mesmos interessados em manterem os combustíveis fósseis como motores do crescimento dos PIB’s, também vão alimentando os dois lados das trincheiras ucranianas, numa carnificina generalizada de soldados e civis. Tragicamente os interesses capitalistas, ali a verterem diariamente toneladas de armamento, são os mesmos que tudo fazem para adiarem a superação de um sistema económico fundamentado em oligarcas e outros grandes investidores, que também aquilo o são, mas como tal não são nomeados por parecerem democráticos.

Por esta altura os media vão-se prendendo com o secundário quando o essencial, a preservação da civilização humana, vai estando cada vez mais posta em xeque.

2. Regressado a este cantinho ocidental, procuro recuperar as leituras adiadas durante estas semanas e encontro numa «Visão, já com duas semanas, dois textos de ainda pertinente atualidade. Num deles, Rui Tavares Guedes escreve: “Estamos, portanto, no tempo em que precisamos de encarar tudo aquilo que considerávamos pertencer ao domínio do impensável.  O tempo em que muitos dos demónios do passado, voltam a estar presentes. E o tempo em que será preciso, continuamente, refazer e alterar planos - exatamente porque ninguém conseguiu prever como a guerra vai acabar”.

Num outro, o psiquiatra João Carlos Melo , autor do ensaio «Uma Luz na Noite Escura—a Solidão e a Capacidade de Estar Só» inquieta-nos com o diagnóstico sobre o atual dono do Kremlin: “Vladimir Putin tem um funcionamento narcísico muito frágil. Pessoas com este perfil não sabem dar nem receber, convencem-se de que ninguém gosta delas e o seu objetivo é serem temidas. Caso se sintam magoadas ou humilhadas, reagem com raiva narcísica e podem ser muito destrutivas.”

Outras leituras se seguirão...

Sem comentários:

Enviar um comentário