Enquanto o índice de desemprego e o défice vão diminuindo, aumentando ao mesmo tempo a percentagem de portugueses com a vacinação completa, as direitas entretém-se nos seus jogos florais desconfiadas de que, após 26 de setembro, Rui Rio e o Chicão ganharão bilhetes só de ida rumo ao merecido anonimato. E melhor destino não terão os ultraliberais nem os chegófilos, que verão esfumar-se o efeito da novidade da irrupção na política portuguesa e tenderão a minguar-se para a sua efetiva dimensão.
Talvez por isso procurem encontrar formas de escaparem ao prometido crepúsculo: duas das suas associações representativas, a Sedes e a presidida por Ribeiro e Castro (sim esse mesmo!), vieram propor mudanças à legislação eleitoral porque, enquanto ela favoreceu os seus desígnios, só lhe encontravam virtudes, mas agora que, comprovada a geringonça, a tende a marginalizar para longe do «pote» por muitos e bons anos, pretendem outra mais consonante com as suas vocações caciquistas.
Há também quem, do seu interior, procure forma de fazer das fraquezas forças e, por isso mesmo, o presidente laranja de Mafra, veio apelar a alianças pós-eleitorais com os apaniguados do Ventura, como se fossem eles a dar-lhe o mirifico soro da sobrevivência política.
Se o líder do PSD não gostou da acusação de António Costa a respeito do pântano, que grassa à direita, ele é tão evidente, que a chegada dos milhões destinados ao Plano de Recuperação e Resiliência o tornará ainda mais movediço para as suas ambições. Venham a seguir Paulo Rangel, Luis Montenegro, Nuno Melo ou qualquer outro figurão dessas bandas, o seu futuro não se livrará das cores negras, que o presente já comporta. Até porque o desaparecimento de cena de Angela Merkel tenderá a precipitar o Partido Popular Europeu para outro provável ocaso, o do labirinto sem saída para quem nenhuma visão de futuro tem a apresentar..
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