Tenho um sobrinho que, com inteira justiça, lamenta que o SARS-COV2 não seja verdadeiramente inteligente, selecionando as suas vítimas exclusivamente entre os que se negam a tomar as vacinas e as julgam relacionadas com as mais mirabolantes teorias da conspiração.
- Seria uma forma de nos vermos livres dos cretinos! - conclui.
Como não lhe dar razão, quando compreendemos que os negacionistas são, igualmente, os elementos das extremas-direitas, sejam elas trumpistas nos EUA, bolsonaristas no Brasil, lepenistas em França ou venturistas em Portugal? De uma assentada livrávamo-nos do que a espécie humana vai configurando-se de pior nos dias em curso.
Infelizmente o vírus a todos tem atingido aleatoriamente e, mesmo quando acomete contra alguns dos figurões em causa, não o vemos a agir com a malignidade correspondente à das ideias de tal gente. Algo que decerto se voltará a confirmar com o führer luso, daqui a pouco capaz de vir à ribalta comparar a doença a uma suave gripezinha!
Como não pedir que a variante delta venha a ter como sucedânea uma outra, conforme com os desejos daquele meu sobrinho e se revele seletivamente arguta nas suas vítimas? Faria então um enorme favor ao mundo depurando-o de quem por cá anda a mais!
Que mauzinho! Mas se o vírus não passa de um pequeno robot que simplesmente se reproduz onde encontra condições para isso, a verdade é que as condições estão reunidas sobretudo entre aqueles que se recusam a levá-lo a sério. Pena é que esses depois transmitam a doença a quem não tem qualquer culpa. Neste momento, os EUA assistem sobretudo a uma epidemia dos não-vacinados em Estados de maioria Republicana, graças às cretinices de Trump e quejandos.
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