sexta-feira, 14 de junho de 2013

POLÍTICA: José Sócrates e o Relatório do FMI da semana transata

Na semana transata o FMI publicou um relatório em que confessa ter calculado erradamente o impacto das medidas de austeridade por si propostas na Grécia na respetiva recessão. As reações dos demais representantes da troika constituíram um espetáculo lamentável, que minou a confiança em instituições, que deveriam ser tidas como irrepreensíveis.
Mas o relatório do FMI teve a honestidade de reconhecer que estes programas incluem soluções, que não devem ser repetidas, e resultantes de erros deliberados cometidos a priori para fazerem caber no memorando aplicado á Grécia as medidas pretendidas pelos seus ideólogos. Estatísticas e outros indicadores falsificados conduziram a previsões, que nunca poderiam resultar.
Este caso trouxe também novo fôlego à mistificação assumida por alguns ministros, e em particular por vítor gaspar, em como os verdadeiros culpados por tudo quanto se está a passar, são os representantes da troika. E em como foi o anterior governo a ter pedido a vinda dessa mesma troika como se não tivesse havido todo o esforço para evitar essa possibilidade, apesar de todas as pressões do PSD e do CDS, aliados aos banqueiros, para que isso acontecesse. Até porque alegavam que essa mesma troika propunha exatamente o seu programa de governo.
Um mês depois de ter sido eleito já passos coelho anunciava medidas excecionais (o esbulho dos subsídios aos reformados e aos funcionários públicos), que nem sequer estavam incluídas no memorando, e prometendo que deveriam apenas acontecer em 2011.
A mistificação histórica a que os partidos da coligação se dedicam atualmente não colhe credibilidade junto de quem não tem a memória curta e recorda tantos discursos de passos coelho ou de paulo portas antes e depois do chumbo do PEC IV.


Sem comentários:

Enviar um comentário