terça-feira, 11 de junho de 2013

FILME: «Mon docteur indien» de Simon Brook

Este é um filme sobre a cura do cancro numa paciente indisciplinada. Ela é Nella Banfi, que serve de cicerone no sul da Índia ao eminente cancerólogo Thomas Tursz, cujo ateísmo inabalável não impede de procurar conhecer as soluções da medicina ayurvédica.
Para Thomas o interesse nessa deslocação reside em conseguir uma síntese eficaz entre as soluções locais e a farmacopeia ocidental. Ao invés para Ritodgata, antigo engenheiro e monge nos últimos vinte e dois anos, importa sobretudo divulgar os conhecimentos a que chegou através da meditação e conseguir a cura para Marinella.
Esta tinha feito o percurso de qualquer paciente da medicina moderna até ser dissuadida da possibilidade de dela receber solução para o seu avançado cancro nos seios. A opção pela alternativa indiana representara, pois, uma espécie de derradeiro recurso. O documentário, que inspirou em Simon Brook, serve para descobrir duas visões da medicina e outras tantas da vida em si mesma, que consegue pôr a dialogar.
A medicina ocidental alopática tenta definir protocolos eficazes para todos, enquanto a ayurvédica cuida cada caso como diferente de qualquer outro.
Descobrimos assim esta medicina, que suscita curiosidade crescente noutras latitudes e que pode corresponder a novos caminhos de investigação para o futuro.
O ayurveda é uma das mais antigas medicinas da história humana e esteve na origem da descoberta e classificação de numerosas doenças. A palavra ayurveda deriva de “ayu”, que significa vida e de “veda”, conhecimento. Temos, portanto ayurveda como conhecimento da vida na sua totalidade. A vida que associa o corpo, a alma e a consciência e com a saúde e a doença a influenciarem nesses três planos,
As funções físicas são reguladas por três elementos  - a vata, a pitta e a kapha - designados como doshas.
É do equilíbrio entre esses três elementos que depende a saúde. Caso ele desapareça surge a doença. Daí que o objetivo fundamental da cura ayurvédica seja a de devolver equilíbrio a esses três elementos.
A eliminação das toxinas em medicina ayurvédica baseia-se em processos de limpeza do organismo, como sejam as purgas, as lavagens e soluções destinadas a vomitar.
Nella Banfi seguiu um tratamento ayurvédico clássico: medicamentos, massagens, meditação e ioga da respiração, com duração de três horas diárias de manhã e de tarde na Índia e uma quando estava em Paris. Após três anos de sucessivas viagens entre a Europa e a Ásia, Nella Banfi viu a sua doença regredir.
Bastará este exemplo para abalar as convicções ateias de Thomas de quem subscrevo igualmente a confiança nos avanços da ciência ocidental? Aparentemente o médico francês tem a abertura de espírito suficiente para colocar a hipótese de sucesso de uma estratégia assente na crença numa forma de transcendência.
O que parece presumível é um certo controlo do corpo sobre os seus estados de desequilíbrio, que explicam igualmente os milagres suscitados pelos santos católicos. Por muito que esse tipo de soluções acabem a prazo por fracassar perante a tendência degenerativa das células e dos tecidos dos organismos...


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