António Vilarigues despediu-se enquanto colunista do «Público», que ficou assim sem o colaborador, que mais se reivindicava como representante da linha de pensamento marxista-leninista.
No seu derradeiro texto ele não deixa de recordar alguns factos, que são pertinentes para interpretar a realidade presente:
· esta é uma crise do sistema capitalista clássica de sobreprodução e de falta de mercados, Marx explica, mas não o estudam;
· Em 12 meses, o crescimento da fortuna dos mais ricos foi duas vezes superior ao aumento da riqueza mundial como um todo. Os milionários no mundo (que representam menos de 1% da população mundial) controlam 38,5% da riqueza mundial;
· Só nos últimos cinco anos, entre 2005 e 2010, os cinco maiores bancos arrecadaram 15 mil milhões de euros de lucro. As duas maiores empresas do sector energético (EDP e GALP) 10 mil milhões aproximadamente e PT cerca de 9 mil milhões. O stock oficial nos paraísos fiscais das entidades portuguesas em 2009, referenciados pelo FMI, era de 65 mil milhões de euros.
Conclui Vilarigues: Há muito que se percebeu que os programas de austeridade ditos de combate à crise e ao défice, são pretexto para uma ofensiva com um objectivo muito concreto: obrigar as populações que vivem do seu trabalho a trabalhar mais e a receber menos.
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