A contestação designada por «movimento dos indignados» chegou ao outro lado do Atlântico, congregando milhares de norte-americanos decididos a exigirem a mudança de rumo de uma sociedade votada a formas selvagens de capitalismo.
É claro que existem diversas Américas e todas elas se conjugam para resultar no país de contrastes, ora a sonhar com as pífias intenções de Obama, ora a ceder ao populismo inquietante dos ideólogos do «tea party».
Se vemos o libelo de Michael Moore contra o capitalismo descobrimos uma América a despertar para a luta, para a contestação, para a exigência de uma sociedade diferente. Se, ao invés, vemos a reportagem da Sic Notícias sobre os reformados dispostos (ou obrigados) a regressarem ao mercado do trabalho depois de terem perdido as suas casas e as suas pensões de reforma, damos com gente que nos espanta por optar mais facilmente pelo suicídio do que pela luta política.
A actual revolta em Wall Street, em Chicago ou em São Francisco poderá não levar a nenhuma consequência relevante, mas também poderá ser o início de algo, que nos venha a surpreender em anos vindouros. Afinal foi o próprio Marx quem previu a possibilidade de o comunismo emergir a partir de sociedades de capitalismo avançado (e esgotado) do que das ainda demasiado ligadas à ruralidade como ocorreu na URSS ou na China...
Sem comentários:
Enviar um comentário