Caro Camilo Lourenço:
Há muita gente de bem neste país que, em relação a este primeiro-ministro, se questiona: acreditará ele candidamente na bondade das malfeitorias que anda a fazer aos contribuintes portugueses ou existirá nele a incontornável pulsão do psicopata apostado em cometer tantos homicídios quantos possíveis, na pessoa dos desesperados cuja única saída acaba por ser a corda no pescoço ou o rodado de um comboio.
É nesse enquadramento que deveremos considerar o seu recente entusiasmo pela punição criminal dos políticos, forma eufemística de inculpar José Sócrates .
Caberá então questionar: entre a eventual agressão violenta de Sócrates aos contribuintes e a presente tentativa de homicídio voluntário perpetrada por Passos Coelho, quem se deverá sentar prioritariamente no banco dos réus?
Mas, como jornalista, deontologicamente obrigado a determinados princípios, aonde anda a obrigatória honestidade de reconhecer, que se deve deixar à política o que a ela pertence, e à justiça o que lhe caberá ajuizar? Mas se comecei por questionar a ingenuidade ou a perversidade do primeiro-ministro, vale a pena situar os seus textos do «Negócios» com a mesma dúvida: acredita mesmo na legitimidade de se demonizar José Sócrates ou compreendeu ser essa a forma expedita de procurar o desvio das atenções de quanta injustiça está a ser cometida em prol da defesa de um conceito ideológico e de uma escola económica, que está a abrir fissuras por todo lado aonde se procurou afirmar?
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