terça-feira, 23 de abril de 2024

Milho aos pardais

 

1. Tão Amigos que nós éramos voltou a passar na Cinemateca na semana passada lembrando a frase sobre o quanto os personagens tinham querido mudar o mundo enquanto jovens mas, envelhecidos, acontecera-lhes o contrário.

Ela voltou a ter particular pertinência quando soube quem liderará a lista de deputados da AD ao Parlamento Europeu. Porque sendo natural - pelo menos era-o para a geração em vias dechegar à vida adulta no dia da Revolução dos Cravos! - que os jovens queiram transformar o mundo, fazendo-o mais justo e esperançoso, constitui enorme mistério porque alguns nunca o chegam a ser por os motivarem a preservação de uma realidade feita de exploração da maioria por uma minoria e um conservadorismo nos costumes a lembrar Ary dos Santos, quando lembrava quantos tinham sido concebidos em ceroulas.

Raras vezes me demorei a ouvir a criatura inventada pelas televisões mais do que o tempo necessário para fazer o higiénico zapping, mas sei que nada ganhei em nada dele reter sob pena de incómoda reação alérgica. Mas não duvido que está destinado a futuro político duradouro. Assim são premiados os que sejam prestativos servidores dos que agem na sombra como putativos donos disto tudo...

2. A primeira sondagem conhecida desde as legislativas ainda não coincide com os desejos de quem não se resigna com o golpe de Estado promovido pelos procuradores do DCIAP e anseia a retoma do curso dos acontecimentos prometido pelo governo da Geringonça. As esquerdas ainda não superam as direitas, mas para lá caminham. É só dar tempo ao tempo, que este é um interlúdio para dar milho aos pardais. 

1 comentário:

  1. Com o próximo presidente talvez. Com este, nunca. Nem que as esquerdas tivessem 70 por cento.

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