segunda-feira, 15 de abril de 2024

Imposturas

 

Sobre o comportamento de Luis Montenegro, quer quanto ao episódio sobre a eleição do presidente da Assembleia da República, quer quanto ao o seu “choquinho” fiscal, têm-se utilizado os conceitos de «embuste» ou de «fraude», mas prefiro-lhes o de «impostura» por melhor adequar-se a sua personalidade, a de alguém a fingir competências que não tem e a querer passar-se por “sonso” a justificar o que nem os mais crédulos aceitam como explicação.

Tendo prometido muito para além do que um discurso honesto - mesmo em período eleitoral - pressuporia, ele defronta-se com um banho de realidade e vê-se a contas com um exercício da governação para que denota insuficiente talento.

Comparativamente com Cavaco - em quem busca inspiração no lema do deixarem-no trabalhar, ou na estratégia para almejar a uma próxima maioria absoluta -  Montenegro possui uma retórica superior, condizente com o mister de advogado, mas nada percebe de contabilidade pelo que resulta inevitavelmente contraditório o que diz com o que o obriga a fazer o ministro das Finanças. E assim já nem falou dos médicos no discurso sobre o programa do governo, nem se apresta a dar aos polícias e aos professores aquilo que exigiram com implementação imediata ao governo anterior.

Não o ajudará, igualmente, os problemas que o ministro da privatização da TAP enfrenta quanto ao financiamento da campanha eleitoral. Os casos e casinhos terão tendência para continuar por parte de procuradores que sabem residir na pressão sobre os políticos o melhor salvo conduto para não perderem o indecoroso poder de derrubarem governos e promover outros menos tentados a questioná-lo..

Como sucede com a maioria dos impostores não se adivinha promissor o futuro daquele que agora passou a residir em São Bento.

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