quinta-feira, 11 de maio de 2023

Um homem perplexo a querer ressurgir do anonimato

 

Nos trinta e muitos anos, que levo de militância no Partido Socialista, nunca me senti tão incomodado com a sua direção como nos três anos de liderança de António José Seguro. Não votara nele - mesmo obrigando-me a optar por Francisco Assis como mal menor! - e sempre antipatizara com a insidiosa forma como procurara cativar simpatias nos militantes durante os últimos congressos da época de José Sócrates.

Em rigor não eram só as ideias, que me dissociavam de Seguro e nada tinham a ver com o que entendia ser um Partido Socialista digno do seu nome. Era o seu próprio estilo manhoso, que o fazia procurar empatias fazendo por decorar o nome de familiares daqueles a quem se dirigia e sobre quem pretendia saber da saúde e bem estar.

Foi com entusiasmo que participei na campanha de António Costa para o substituir como secretário-geral. Participei em comícios e outros eventos destinados a impor uma candidatura, que libertasse o partido de uma linha programática, quase culminada num vergonhoso acordo com Passos Coelho sob a égide de Cavaco Silva. E foi de grande alegria a noite em que, no antigo cinema Roma, comunguei com muitos outros camaradas a vitória do atual secretário-geral.

Pode-se imaginar o meu assumido desagrado com o reaparecimento de um Seguro, que se vem dizer perplexo com o atual estado do país e predispondo-se a voltar à sua maligna participação política. Por mim bem poderia manter-se no anonimato a que se remeteu desde há oito anos...

1 comentário:

  1. Subscrevo inteiramente ; também participei nesses acontecimentos . acontece que hoje , na Biblioteca que frequento li no " Público " um texto , mais ou menos , promotor do dito , e por distração só no fim vi a sua autoria . Quem havia de ser ? essa criatura que me parece um pouco desatinada que se chama Ana Sá Lopes

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