segunda-feira, 15 de maio de 2023

Os inimagináveis possíveis

 

As notícias, umas mais recentes, outras requentadas, vão justificando a incredulidade perante o que comportam. Por exemplo, como pode Carlos Moedas disfarçar a conivência tática com o Chega, quando aprovou a pífia ação do protesto organizado nas proximidades da sede do Partido Socialista? Ou, sabendo-se agora quem é Frederico Pinheiro, como foi possível que Pedro Nuno Santos o tenha convidado para assessor do Ministério das Infraestruturas? Ou como a oposição imagina fazer dele seu baluarte, quando são tão evidentes as falhas de sua lavra nos dias sujeitos à ilegítima inquirição da Comissão de Inquérito sobre a TAP que, temporalmente, nem sequer abrange o período a que eles respeitam? Ou como é possível estar em curso uma catástrofe ecológica no Baixo Sado e não surgem alternativas estratégicas (desde centrais de dessalinização até à eliminação dos projetos turísticos para a península de Troia sem esquecer a remoção das estufas, que secaram os lençóis freáticos), capazes de evitarem os piores cenários? Ou como ignorar o aumento do trabalho infantil nos Estados Unidos, sobretudo onde a maioria republicana consegue a desregulação dos direitos laborais e a proteção dos das crianças sem mostrar o menor escrúpulo?

Muitas outras questões similares poderiam aqui ser alinhadas. Ficam umas quantas que, tendo diversos culpados por atos ou omissões, indiciam uma fase do capitalismo em que sobram trogloditas e gananciosos, tardando   o urgente dobre de finados por um sistema económico, que ameaça com caóticas distopias se não for substituído pelo que prometa e cumpra maior liberdade, justiça e igualdade. 

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