sexta-feira, 5 de maio de 2023

Desabafos!

 


A imagem diz muito e foi a preponderante nos poucos minutos, que demorou a proferir a diatribe anti-Galamba e a ameaçar o governo com raios e coriscos: ao baixar os olhos para o papel, só fugidiamente buscando o contacto visual com a câmara, Marcelo demonstrou quão inseguro está por ver-se desarmado da ameaça, que repetira em fútil bravata nas semanas anteriores. Quando António Costa o desafiou a ir a jogo, dissolvendo a Assembleia e convocando novas eleições, viu-se obrigado a meter a viola no saco e a arejar as ideias em Londres, mesmo que na bafienta cerimónia de coroação do novo espantalho de Westminster.

Promete intervir com maior frequência daqui por diante, sempre a afrontar quem entende tê-lo ultrajado? Balelas! Como se, até aqui, tivesse revelado comedida sensatez nos ininterruptos comentários sobre tudo e mais alguma coisa.

Que o faça, pois, porque já se viu quanto a tagarelice o leva não poucas vezes a roçar o disparate!

É claro que os despeitados comentadores, desfeiteados nas previsões, passaram a noite a dizer fragilizado o governo e, sobretudo, o ministro das Infraestruturas. Tenho por mim que o sucedido comporta um lado muito positivo: sabendo que não podem dar o mínimo pretexto para que o agastado rival o verbere, os ministros, e sobretudo quem os lidera, terão maior tento no que farão e mais incentivados se sentirão a produzirem ainda melhores resultados do que aqueles de que se podem orgulhar.

Se o sucedido esta semana significa uma mudança de ciclo só poderemos desejar que se caracterize pelo irreversível (e mais do que merecido!) crepúsculo de Marcelo e a concretização das melhores expetativas, que levaram o eleitorado ao dar ao PS a maioria absoluta...

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