Enquanto antifascista execro os regimes russo, iraniano, polaco, turco ou húngaro, que o são em graduações mais ou menos autoritárias. Enquanto anticapitalista não me reconheço numa União Europeia que continua a acreditar nos méritos da Mão Invisível dos mercados, ou no regime chinês, que se disfarça de um pseudocomunismo com que já nada tem a haver. Mas nutro particular antipatia pelo imperialismo americano, cheio de falsos ideais democráticos, que apenas servem para iludir as enormíssimas desigualdades entre as suas oligarquias e a generalidade da população, bem como para justificar as indecorosas estratégias com que vai enriquecendo à custa da exploração dos povos dos vários continentes.
Nem os mais fervorosos antiputinistas conseguem negar que, graças à guerra da Ucrânia, têm sido os donos de Wall Street a verem dilatados exponencialmente os lucros, seja na forma de venda de gás natural a preços mais caros, a uma desenfreada produção de armamento e agora, na forma da Lei da Redução da Inflação destinada a proteger as suas indústrias da concorrência europeia pondo Bruxelas em estado de alarme contra o sempre interesseiro amigo americano.
No entretanto, o idiota que lidera a NATO vai pronunciando atoardas do tipo “derrotar a Rússia é também avisar os outros regimes autocráticos do mundo de que a lei do mais forte não pode prevalecer”, sendo que ela passa por muito natural quando são os mais ricos dos norte-americanos a colherem os frutos dessa imposição do quero, posso e mando!
Como se viu nos últimos dias a guerra irá acabar no dia em que a Casa Branca e, sobretudo, o Pentágono o impuser. Porque se Putin colhe os frutos podres do enviesamento da realidade facultada pelo autismo de quem se tem bastado à prestimosa corte que o rodeia no Kremlin, Zelensky mais não é do que um entertainer calçado em sapatos que, desde início, se via não serem os do seu número. Crescem os indícios em como, quer em Washington, quer em Bruxelas, são muitos os que estão fartos de aturar-lhe a desajeitada farsa do improvável herói!
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