sábado, 26 de novembro de 2022

Com um brilhozinho nos olhos

 

Sete são já os anos de António Costa enquanto primeiro-ministro e, depois de ultrapassar Guterres como socialista a aguentar-se tanto tempo no cargo, superará Cavaco Silva, aquele que, lamentavelmente, ainda detém esse record em tempo de democracia, tendo em conta a pesada herança da sua nefasta ação. E, repetindo o que sucedera na Câmara de Lisboa, depois de vitórias eleitorais por maioria relativa, viria a alcançar a de dimensão absoluta.

Enfrentou ainda assim a pandemia do covid, deparando-se agora com a espiral inflacionista agravada pela guerra no sudeste europeu. Em seu benefício creditam-se lhe, porém, sucessos inéditos dos quais avulta, em 2019 o primeiro superavit orçamental desde 1974, mediante a implementação de uma prudente, mesmo que ambígua, política das contas certas.

Importam, porém, as reformas, que tem lançado nestes sete anos e, de entre as quais se devem enfatizar a digitalização e simplificação administrativa do Estado, a descentralização de muitas competências para os municípios, comunidades intermunicipais e CCDR, o lançamento de mais ambiciosas metas para a descarbonização mediante o fecho das centrais a carvão e o desenvolvimento das energias renováveis, somando-se-lhes o aprofundamento de medidas sociais de inequívoca importância como o são a gratuitidade dos manuais escolares e creches na educação ou o fim das taxas moderadoras na saúde, cuja Lei de Bases se espera que resolva grande parte dos problemas do setor, ainda um dos mais mediáticos enquanto espaço de foco das armas de arremesso disparadas contra o governo.

Mesmo lamentando que a Geringonça não tenha conhecido melhor e mais duradoura sorte, continua a justificar-se que a confiança em António Costa, quando militei pela sua ascensão a secretário-geral e participei nas campanhas que o fizeram primeiro-ministro. Venham, por isso, muitos mais anos, tendo em conta as lamentáveis alternativas, que perante ele se pretendem apresentar...

Se, em certos aspetos, os seus governos me têm sabido a pouco, noutra perspetiva bem me têm sabido a tanto! 

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