1. Cada vez mais desinteressado do futebol, e até me irritando as manifestações de tonto nacionalismo em torno da seleção nacional, não conto perder um minuto a ver jogos deste Mundial. Ou de, provavelmente, qualquer outro campeonato relacionado com um desporto há muito desvirtuado na forma de uma indústria povoada de especuladores e patos-bravos.
Todas as notícias relacionadas com o trabalho escravo no Qatar, a forma como as mulheres aí são destratadas, ou as minorias sexuais criminalizadas, justificaria o boicote da generalidade das seleções dos países, que se reivindicam dessa oxímora «democracia liberal». Que Marcelo, Costa e Santos Silva lá façam figuras tristes em nada contribui para os engrandecer. Pelo contrário!
2. Será que a investigação do consórcio de jornalistas, que demonstrou a infiltração da extrema-direita nas polícias terá, enfim, consequências? Será que os poderes políticos e judiciais cumprirão a lei quanto à proibição de membros dessas forças em militarem em partidos políticos delas depurando todos quantos revelem um pensamento xenófobo e racista?
Esperemos que sim: depois de tão evidentes provas será terrível ver a poeira assentar e, mediante alguns exercícios de cosmética, se deixe ficar tudo na mesma. Porque sucedem-se as notícias sobre este mesmo assunto a só revelarem o quanto pior a situação ficou!
3. Depois de tudo quanto fez nos quatro anos de mandato e, depois, quando não quis aceitar o seu término, Donald Trump mais do que merecia longo e definitivo encarceramento. Hipótese improvável perante a realidade judicial e mediática da grotesca «democracia», que muitos teimam em considerar ideal.
A notícia da sua recandidatura não comporta nenhuma surpresa: por muito que as provas contra ele sejam irrefutáveis, qualquer acusação sempre será objeto de vitimização a pretexto de perseguição política.
4. A semana conclui-se com mais uma falhada tentativa de Volodomyr Zelensky em arrastar o resto do planeta para uma apocalítica guerra nuclear, que o salve do colapso inerente à destruição das infraestruturas elétricas do país.
Perante os riscos, que souberam evitar, quando não faltavam promotores do quanto pior melhor, os líderes europeus e da NATO parecem, enfim, dispostos a fazer aquilo que, desde o início da invasão russa, se lhes exigiria: promover a diplomacia e estancar o ininterrupto fluxo de perdas de vidas e de bens causado pelo terrível erro de cálculo de Putin e a inexperiência assassina do rival ucraniano.
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