quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Árduas expetativas para os suspeitos do costume

 

Não vai ser bonita a luta de galos, que se prefigura na capoeira laranja. Faltará saber se Rui Rio irá ou não a jogo ciente de ter recebido efémera botija de oxigénio com a inesperada conjuntura astral, que o bafejou na noite das autárquicas, improvável de ver repetida nas legislativas de 2023, quando o Plano de Recuperação e Resiliência estiver em velocidade de cruzeiro, avançando a todo o vapor. Daí que Montenegro e demais passistas se escusem de ir a jogo: para já dá-lhes muito jeito que Paulo Rangel avance como líder transitório eivado do seu costumado terrorismo verbal, que nada propõe construir, mas procura demolir quem o faz, na clássica versão do «nem fazer, nem deixar fazer».

Assistindo à incapacidade do seu campo político em apresentar-se como alternativa Marcelo vai fazendo o que sabemos seu hábito: debitar umas larachas para entretenimento dos paineleiros, que se comprazem com os supostos «avisos» ditados de Belém para pôr em sentido o primeiro-ministro. Que reage com a costumada bonomia: António Costa sabe bem demais, que Marcelo pode arengar, mas sem consequências de maior, porque cabe ao governo aplicar aquilo que  definiu como estratégico para o futuro do país  sem interferências de quem apenas se fica pelo corte das fitas, pelas selfies e pelos mediáticos mergulhos onde sabe bem sucedido o seu número de entertainer, mesmo que mais que esgotado.

Descoroçoado com o estado dos seus, Pacheco Pereira limita-se a satirizar o programa de Moedas para Lisboa -  “transportes gratuitos, seguros de saúde gratuitos, desconto de 50% no estacionamento para os residentes e um teatro em cada freguesia , ou seja 24 teatros, etc. Dou de barato a ‘fábrica de unicórnios’”. E, cabisbaixo, prevê que “a bazuca , com todo o seu cortejo de contradições, vai começar a funcionar e terá resultados”.

Quando são os próprios sectários a mostrarem tal desânimo, preveem-se tempos difíceis para as direitas. Que até não podem contar com a ajuda da Senhora de Fátima ou do Divino Espírito Santo estando os nossos bispos a rezarem obsessivamente para que não lhes caia em cima o tsunami, que está a submergir os seus colegas franceses...

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