Daqui a uma dúzia de dias concluiremos se temos esquerdas estúpidas, dispostas a estenderem, uma vez mais, o tapete vermelho às direitas, ou se apenas apostam naquela lógica de, mesmo delas falando-se mal, o que importa é assumirem um protagonismo habitualmente concedido aos comentadores da trincheira oposta. Para já o «crime» parece compensar: há muito tempo, que não se viam tantos dirigentes do Partido Comunista ou do Bloco de Esquerda a marcarem presença nos telejornais.
Azar o das direitas extremas, que tinham Congresso marcado para o fim do mês: com tanto dramatismo, a que se soma o da iminente defenestração de Rui Rio, as atenções ainda mais delas se desviam e. daí, temos uma delas a adiar a festança, ciente de nenhuma atenção mediática captar e a outra a mantê-la, mas porque a sua inconsequência é a mesma, com maior ou menor presença das câmaras televisivas. Como escreve São José Almeida no «Público» de hoje: “a imagem que hoje passa do CDS é a de um partido vazio, em que não há sequer a rapa do tacho, apenas resta o fundo do tacho, que até já se rompeu de tão esfregado com palha de aço.”
Uma coisa é certa: acaso sejam chamados mais cedo a eleições os portugueses estarão confrontados com o ter-se reprovado um Orçamento que reduz o défice em 1.1% do PIB, corta a divida pública em 4,1% e diminui 0,2% ao défice estrutural, mesmo com a despesa pública a crescer 8%. Respondendo ao mesmo tempo à emergência de termos uma dívida de 135% do PIB, mas importar que se deem respostas sustentáveis à existência de dois milhões de pobres (trezentos mil dos quais crianças), à realidade feita de muita mão-de-obra pouco qualificada e a usufruir baixos salários enquanto a burocracia e a justiça emperram quanto possa ser acelerado para promover crescimento económico mais acelerado.
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