1. Nem os mais otimistas dos sectários das direitas acreditam na possibilidade de existir algum tropeço do governo no Orçamento para 2022. Mesmo que as esquerdas vejam com olhos turvos o ficar-se próximo dos 3% no défice, num ano em que a União Europeia ainda «esquece» essa regra, manda a prudência que não se aumente em mais de mil milhões de euros a despesa permanente, que terá de ser satisfeita nos anos vindouros. Uma vez mais Rui Rio, Telmo Correia, Cotrim Figueiredo e André Ventura dirão as suas conhecidas sandices embora se saibam num campeonato à parte, que não conta para quanto verdadeiramente importa.
2. O voluntarioso Chicão bem tenta iludir a decadência do CDS, que o seu colega de partido João Almeida, pôs-lhe os pontos nos is quanto ao saldo das autárquicas de quinze dias atrás: menos 48 deputados municipais, menos 13 presidentes de juntas e menos 167 membros de assembleias de freguesia. Mas quem pense ter em Nuno Melo o salvador da pátria, pelo menos dos que se acoitam no Largo do Caldas, bem pode esperar sentado. Tudo ali é tão mau, que o moribundo tenderá a não resistir muito tempo neste seu vegetar nos cuidados paliativos.
3. Nada de melhor sucede no Chega onde as defeções se vão sucedendo com alguns dos eleitos locais a baterem com a porta, seja por se dizerem ignorados quanto ao que têm a propor, seja porque concluem aquilo que já a grande maioria dos portugueses há muito intuíram: que além de demagogo populista, o seu chefe tem uma incontida vocação para se arvorar em pequeno ditador.
Comentando no «Público» o que se vai sabendo desse grupúsculo, a ex-diretora do jornal, Barbara Reis, conclui: “tem a sua graça a rapidez com que tudo está a mexer” por aquelas bandas.
4. No fundo estes dissabores à direita tem o seu expoente maior no tal ex-juiz, Rui Fonseca e Castro, que possibilitou à Associação Sindical da classe um vibrante suspiro de alívio. Fica a pergunta quanto ao sentimento atualmente vivenciado pelos seus incondicionais, ainda cerca de uma centena, que foram partilhar-lhe a receção da má notícia. Não sentirão o incómodo de serem uma exígua minoria num universo que só pode vê-los como patéticos?
... e a canzoada vai ladrando, ladrando...
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