Pessoalmente - e embora essas esquerdas já tenham demonstrado falta de lucidez por altura do PEC4 (com os custos que tiveram para si, mas sobretudo para a generalidade dos portugueses!) - quero acreditar terem aprendido algo com o então sucedido. Porque não é preciso conjeturar grandes complexidades para adivinhar serem elas a verem-se penalizadas pelos custos de tal decisão e aproximarem o PS da maioria absoluta.
Mas, olhando para a França onde, à conta dos inchados umbigos dos seus líderes e principais contestatários internos, as esquerdas têm perdida a batalha eleitoral do próximo ano abrindo espaço para a disputa final entre o direitista Macron e um dos dois fascistas - Zemour ou Marine Le Pen - mais mediáticos, não é de descartar que haja quem aqui pretenda igualar os congéneres gauleses na demonstração da mais crassa estupidez política.
Por agora continuo a confiar plenamente em António Costa e moderadamente nos partidos, que com ele têm convergido desde 2015.
2. Já não me lembro do número de vezes em que Paulo Rangel foi a jogo pela liderança do PSD, retraindo-se umas vezes e avançando noutras até ao fim. Agora promete ser chegada o momento de destronar Rio e conta, desde já, com o indisfarçado apoio de Cavaco Siva, que saiu das catacumbas na semana passada para proferir as alarvidades do costume sem que ninguém verdadeiramente o levasse a sério.
Ainda não sabemos se Rio, vencido no Conselho Nacional, aceita sair de cena ou dela será empurrado. Uma coisa parece óbvia: se o debate político já é palco de pouco escrupulosas intervenções dos que se barricam à direita, ainda se tornará mais asqueroso a partir do momento em que Rangel assuma maior protagonismo. Porque as suas intervenções são, amiúde, obscenas no quanto de desonesto comportam. Por muito que lhe adivinhemos a condição de efémero líder de transição até ser, por sua vez empurrado, pelo tal Sebastião regressado num dia de nevoeiro (Passos Coelho) ou um dos seus avatares (Montenegro, Moreira da Silva ou Moedas).
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