segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Uma vitória assim-assim

 

Em 2020 o PSD conseguiu 21 deputados, o CDS 3 e o PPN 2 enquanto o Partido Socialista somou 25. Desta vez, e potenciando as vantagens de se juntar, a Aliança da direita somou os mesmos 26 e o PS perdeu dois.

Foi isto algo de diferente em relação ao sucedido então? Não muito, porque já então a direita tradicional estava em maioria relativa, embora os socialistas integrassem o maior partido açoriano, como provavelmente continua a ser.

Esta interpretação dos factos, assente no número de deputados, não significa o descontentamento de quem é de esquerda com uma derrota, que também afetou o Bloco e os comunistas, que perderam ou não conseguiram eleger quem por eles milita. Mas confirma que o Chega pode ser um perigo, que tende a ser merecidamente contido como abjeto, bastando para isso que a reação ontem demonstrada pelos alemães pode extrapolar-se para outras fronteiras, mormente as italianas e as francesas, onde a ameaça da extrema-direita já tem, ou ameaça a vir a ter, expressão (des)governativa.

A ampla rejeição europeia a essa gente feia, porca e má pode obrigar as direitas tradicionais a reavivarem uma linha vermelha, que nunca deveriam ter apagado.

O problema para elas é não terem soluções para os problemas, que parcela significativa do eleitorado aspira a ver resolvidos. Enfrentando, a curto ou a médio prazo, o tipo de tempestades, com que o grotesco ditadorzinho argentino já se depara.

A luta de classes não mete férias e continuará a definir o que sucederá no longo prazo, por muito que o mais imediato possa iludir as expetativas dos agora dados como vencedores.

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