sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Entre o entusiasmo do Pedro e o cagaço do André

 

1. O entusiasmo de Pedro Nuno Santos merece a atenção dos comentadores que anseiam apontar-lhe o mínimo deslize, a hipótese de uma contradição. Uma frase a mais, dita ontem a propósito da governabilidade futura de um improvável governo da AD, deu o ensejo aos que tudo farão par desqualificá-lo. E no entanto, ele disse o óbvio: do compromisso assumido no debate de segunda-feira espera a reciprocidade de Luis Montenegro, embora a saiba impossível, quer porque este será o primeiro a desdizer-se se o PSD precisar do Chega para governar, quer porque logo passará a incumbência a outro se o clamor público contra essa posição lhe for particularmente assustadora. E sabe-se que, em termos de coragem, o líder laranja não parece muito dotado.

O que parece evidente é só existir uma alternativa para uma governação estável nos próximos quatro anos: que os indecisos repitam o comportamento de há dois anos e possibilitem uma maioria à esquerda. Só com uma repetição - para melhor! - da solução de 2015 se prosseguirá um caminho então encetado.

2. Confesso que tardo em compreender como António Costa possibilitou a tremenda confusão suscitada pelas sucessivas reclamações das várias forças de segurança a partir do subsídio atribuído aos agentes da Polícia Judiciária. A sua experiência política deveriam bastar-lhe para evitar esta situação porque, esta semana, até os sargentos dos vários ramos militares vêm admitir a possibilitar de se juntarem a essa dinâmica disruptiva.

3. Duas notícias sobre o Chega justificam reações de satisfação, com o cordão sanitário no Parlamento açoriano onde o seu candidato a uma das vice-presidências viu-se brindado com 50 votos contra em 57 possíveis, e de risota, com o cagaço por que terá passado a caravana de André Ventura, que ouviu tiros no que eram os ruídos de uma das motos, que a integrava.

Está por saber se, na paragem seguinte, o candidato a Fuhrer teve de arranjar forma de mudar de calças...

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