segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Se calhar não bastará deixá-los ladrar!

 

Tem sido um regabofe com epicentro quase sempre oriundo do Observador, essa coisa indigesta, que se apresenta como uma espécie de jornal, mas é, sobretudo, uma bem oleada máquina de propaganda antigoverno capaz de recorrer aos mais insidiosos argumentos para desenvolver campanhas populistas depois amplificadas pelo alarido do Chega.

Andamos a condenar Montenegro pela pressa em casar com Ventura, mas parecemos distraídos de uma metodologia, que se vem repetindo semana após semana: mesmo perante casos e casinhos, que não violam nenhuma lei da República, aquele jornal online lança anátemas contra ministros numa gritaria ululante própria de uma turba onde ninguém parece cuidar se existe alguma lógica, sequer alguma ilegalidade, no que é apresentado como algo de censurável. 

Em tempos as acusações implicariam algum fundamento de ilegitimidade, agora basta lançar um banzé em torno de um argumentário, que não resiste a um básico escrutínio por quem tem dois dedos de testa. Daí que, relativamente aos «escândalos» associados a Manuel Pizarro, Ana Abrunhosa ou Pedro Nuno Santos, nem sequer António Lobo Xavier, Pedro Marques Lopes, Poiares Maduro ou outros opinadores de direita encontraram justificação para os verberarem.

Será asizado que António Costa cumpra o prometido no último debate quinzenal na Assembleia da República: entretenham-se as direitas com esses casos de lana caprina, que o governo faz o que lhe compete: governar. Mas, desde os tempos de Guterres ou de Sócrates como primeiros-ministros, as direitas não mudam de estratégia: bastam-se ao acintoso exercício de manipularem a desinformação para avançarem com assassínios de carácter contra os ministros, que lhes pareçam mais fragilizáveis. Como se, apreciando-os pelos seus próprios pecados, os vissem capazes de replicarem-nos, prescindindo das suas muitas virtudes.

Não sei se basta dar-lhes o desprezo anunciado por António Costa para os deixar enleados nos labirintos da sua inconsequência, mas nenhum mal viria ao mundo se se lhes desse uma resposta mais musculada. 

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