Carlos Matos Gomes tem sido um daqueles comentadores da atual conjuntura que sem nutrir qualquer simpatia por Vladimir Putin - característica comum à maioria dos que leem a guerra da Ucrânia fora dos parâmetros monocromáticos pretendidos pelo mainstream mediático comandado ideologicamente de Fort Langley! - continua a colocar questões mais do que pertinentes sobre o que Biden já antevê como uma escalada com potencial apocalítico. Por isso lembra a doutrina enunciada pelo antigo conselheiro da Casa Branca Zbigniew Brzezinski, no livro «The Grand Chessboard» e que teve concretização prática no golpe da Praça Maidan pelo qual o presidente ucraniano de então foi derrubado para ser substituído por uma sucessão de mandatários da estratégia norte-americana culminada na atual «liderança» do comediante, que nos assalta os televisores em casa em todos os telejornais com uma indecorosa e demagógica propaganda.
Não é difícil adivinhar o que está atualmente em questão no sudeste da Europa: a expetativa de colocar em Moscovo um peão dos interesses norte-americanos, que franqueie a estes as enormes riquezas existentes no subsolo das estepes eurasiáticas, mormente essas terras raras tão necessárias às empresas que produzem computadores, telemóveis e outros equipamentos de ponta nos EUA. E, tanto quanto possível replicar em relação à China o bem sucedido plano de levar os mísseis da Nato até às suas fronteiras. Porque não existem dúvidas quanto ao que está em causa: nos bastidores mais secretos da política norte-americana não é a democracia ucraniana ou russa, que estão em causa como preocupação principal, mas acumular força bastante para o desafio militar mais determinante da segunda metade deste século: o confronto entre o decadente império americano e o ascendente império chinês. E, no meio disto tudo, Carlos Matos Gomes tem toda a razão, quando associa Ursula von der Leyen, Olaf Scholz e os seus cúmplices europeus a passeadores de cães, que cumprem uma função desprestigiante perante interesses, que vão muito para além daqueles que os deveriam nortear. Porque ainda sobrarão dúvidas sobre quem verdadeiramente fez explodir os gasodutos do Nord Stream?
Agradeço a sua honestidade e independência na análise da guerra que se trava na Ucrânia. Sou seu fiel leitor de há muitos anos. Lamento ter sido forçado a abandonar blogs, que seguia há muitos anos, por terem deixado de seguir o seu critério. Obrigado
ResponderEliminar