A actual disputa política entre Barack Obama e os republicanos tem subjacente o boicote, que os ricos norte-americanos estão a encabeçar contra a actual Administração com o objectivo de manterem as isenções de impostos garantidas durante os mandatos de George W, Bush.
O escândalo hoje verificado nos EUA é tal, que há quem afirme serem mais baixos os impostos pagos por Warren Buffet do que a sua secretária.
Chegou-se, assim, a um exagero tal, que um pequeno punhado de ricos usufrui de mordomias obscenas, contrapostas por uma pauperização crescente das classes remediadas.
O fosso entre pobres e ricos tem aumentado de uma forma acelerada, o que coloca os EUA na iminência de grandes turbulências sociais. Estudos universitários já propõem a redinamização sindical, tendo em conta o seu papel potencial como catalisador de insatisfações descontroladas. E os filmes de Michael Moore vão revelando estados de alma, que nada se ajustam à imagem pós-maccartista de uma América rendida ao capital.
Há, no entanto, estratégias de adiamento de uma previsível revolução social, que ainda surtem efeito. Num artigo publicado no Jornal de Negócios, Simon Kuiper demonstra que as notícias maioritariamente divulgadas nos meios de comunicação mundial referem-se aos ricos, transformando-os em modelos impossíveis de imitar, mas com quem os desvalidos criam insólitas empatias. As que no seu inconsciente travam a vontade de neles verem os seus inimigos de classe...
Sem comentários:
Enviar um comentário