A reviravolta no escândalo Strauss-Kahn, que chegou a ser acusado de violação de uma empregada de hotel em Nova Iorque e, agora, já tem por certa a sua ilibação completa, vem demonstrar quão importante é o princípio da presunção de inocência tão caro ao direito europeu.
Muito embora sobrassem indícios demasiado óbvios em como a verdadeira história do caso seria muito diferente da propalada pelo Procurador Cyrus Vance, o ex-vencedor anunciado das próximas eleições presidenciais francesas foi alvo de uma insidiosa campanha, que se traduziu num assassinato do seu carácter.
Para quem tem passado os últimos anos a testemunhar outras campanhas sujas de desvalorização de políticos socialistas (Paulo Pedroso jamais se conseguirá libertar do estigma do caso Casa Pia e Sócrates estará associado a sucessivos outros «escândalos», que uma anónima central de desinformação foi criando em seu torno!), a condenação acelerada de Strauss-Kahn parecia-se demasiado com essa tendência para manchar todos quantos se perfilam à esquerda do espectro político.
A surpresa foi constatar o alcance dessa campanha inquisitorial e q uem se apressou a nela acreditar. Porque face a «certezas» tão fundamentadas, o nosso primeiro dever é o de estabelecer o principio da dúvida metódica.
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