No blogue Arrastão Daniel Oliveira e Sérgio Lavos abordam a surpresa dos que pregam um proselitismo liberal ao verem o governo de que são entusiásticos apoiantes levar murros no estômago de quem lhes deveria aplanar o percurso.
Daniel Oliveira lembra o fatalismo dos que consideram ser incontornável a cedência aos conceitos mais absurdos do capitalismo selvagem: Os nossos aspirantes a liberais passaram os últimos anos a desenvolver uma teoria complexa de uma enorme profundidade ideológica: as coisas são como são. E pronto, é isto. Os mercados são como são. E sendo como são, só lhes devemos estar agradecidos por serem assim mesmo. São eles que nos emprestam dinheiro. E, como explicou o nosso Presidente, que é, ele próprio, como é, não devemos aborrecer os mercados.
E Sérgio Lavos fala de uma súbita conversão desses mesmos prosélitos: Um dos fenómenos extraordinários que o corte no rating de Portugal pela Moody's produziu foi a conversão em massa dos antigos adoradores do mercado e do seu funcionamento: afinal, a culpa não é dos anos de despesismo promovidos por Sócrates; os mauzões das agências de notação estão a dar cabo disto, movidos por obscuros interesses que visam proteger o dólar.
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