Há muito se sabe a tendência lusitana para seguir estímulos sebastianistas. Andamos sempre tão insatisfeitos com a nossa desdita, que acreditamos na possibilidade de virmos a encontrar soluções através de redentores vindos de fora, depois de longas ausências.
Foi um efeito desse tipo, que Passos Coelho ensaiou no actual Governo com o convite endereçado a Álvaro Santos Pereira para liderar o ministério da Economia.
Desconheço se José Sócrates teve isso mesmo em consideração, quando decidiu avançar para uma travessia no deserto, optando supostamente por se dedicar a estudos de filosofia, mas pode-se conjecturar no que resultará dessa súbita ausência do nosso espaço mediático: á medida que o executivo da direita for deparando com o seu banho de realidade, desfazendo as suas promessas e ilusões, mais se vai fazer sentir o peso dessa ausência. Convertendo-a em desejo de regresso.
É por isso mesmo que a redenção de José Sócrates será um facto daqui a não muito tempo. E o seu discurso de despedida, tão elogiado pelos indefectíveis e tão causticado pelos detractores, ganhará a dimensão de documento histórico eivado de receitas para o que se seguirá a este liberalismo errático.
O Partido Socialista já tem candidato de peso para suceder ao consulado de Cavaco Silva!
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