Na Noruega dois atentados provocaram a morte de quase uma centena de militantes do partido do poder, falhando por pouco o próprio primeiro-ministro.
Na RTP - cada vez mais tendenciosa na (des)informação desde a saída de José Alberto Carvalho - logo se enfatizou a pista islâmica. As razões derivariam da presença de tropas norueguesas em missões da NATO em países muçulmanos e a iminente deportação de um clérigo fundamentalista para o Iraque.
E, no entanto, as características específicas destes atentados pressupunham uma origem bem diferente dos de raiz islâmica: quer por não terem havido conspiradores suicidas, quer por incidirem em alvos bem definidos pertencentes a uma das correntes ideológicas norueguesas.
A rápida detenção de um suspeito veio confirmar essa ilação: é a extrema-direita vestida de fundamentalismo religioso de natureza católica, quem imita os assassinos dos atentados do Oklahoma demonstrando que, embora os opinadores dos jornais e das televisões tenham uma obsessão pelos movimentos islamistas, os perigos podem vir da monstruosidade neofascista, que se acoita em franjas importantes das nossas sociedades ocidentais. Por isso mesmo os governos europeus deveriam olhar com bastante atenção para esses movimentos extremistas, que excitam ódios em mentes psicóticas. E reprimi-los com determinação, vedando-lhes o acesso a meios de disseminação das suas mensagens.
Em Portugal a repressão dessas ideias fascistas está consagrada na constituição. Cabe à esquerda assumir a exigência de uma acção constante e consequente contra os epígonos do assassino de Oslo… porque o sucedido na capital norueguesa poderá replicar-se em breve na Bélgica, na Holanda, na Finlândia ou na Áustria aonde as forças de extrema-direita têm progredido de forma inquietante.
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