sexta-feira, 3 de outubro de 2025

A cobardia dos comentadeiros

 


Tem sido necessária muita coragem para participar na flotilha que foi demonstrar, até perto das águas de Gaza, o quão hediondo é o comportamento do governo de Israel. Daí que só me apeteça proferir alvares insultos aos comentadores televisivos que andam a ser pagos para difamar quem tem mais dignidade num pingo vermelho do seu sangue do que eles na totalidade do seu conspurcado sistema circulatório.

Porque quem classifica de circo ou invoca os custos da deportação de Mariana Mortágua, Sofia Aparício, Miguel Duarte e Diogo Chaves, só pode ser um cobarde que nunca se disporia a dar a vida, se necessário, por uma causa justa. E, ao contrário do que chegam a dizer, não é conivente com o Hamas quem está, neste momento, preso num cárcere sionista. Ao invés esses comentadores são decerto cúmplices do massacre em curso contra o povo palestiniano.

Claro que o (des)governo de Montenegro faz o expectável, ou seja, participa no lodaçal desses comentários que visam ilibar os criminosos e esconder o sofrimento das vítimas. Nuno Melo é igual a si mesmo, ou seja,  a asquerosa criatura que abre a boca para dizer enormidades. E Paulo Rangel não lhe fica atrás elogiando o profissionalismo dos que atacaram a flotilha em águas internacionais - só isso mereceria mais do que uma condenação verbal! - e aprisionaram os seus concidadãos.

Apeteceria dizer "Shame on you!", mas esta gente que Marcelo alcandorou ao poder não tem vergonha em nada do que diz ou faz.

E sobra depois o plano de Trump e Blair - olha que dois! Procurando viabilizar a Riviera à beira do Mediterrâneo, querem inviabilizar de vez o Estado palestiniano e diabolizar uma vez mais quem soma milhares de mortes no seu reduto.

Pobre Palestina, que sofre o genocídio às mãos de quem nada aprendeu com o martírio dos seus antepassados.

 

Por falar em (des)governo há ainda o caso de Montenegro a congratular-se com os elogios supostamente recebidos pela primeira-ministra dinamarquesa a propósito da recente lei da imigração.

De repente lembrei-me do saudoso “Pão com Manteiga” de Carlos Cruz, António Macedo, Mário Zambujal e mais uns quantos amigos, que davam tanto colorido a umas quantas manhãs radiofónicas de algumas décadas atrás. De memória lembro uma frase, que se ajusta como uma luva ao senhor Spinumviva: “elogio em causa própria é vitupério!.”

Ora, nem mais...

 

E, a acabar em questão de barca à deriva eis a inaudita notícia do Ministério Público ter andado a vigiar o juiz Ivo Rosa durante três para o tentar inculpar de algo para que não encontrou fundamento e por isso deu por arquivada a sórdida atividade.

Não eram precisa mais provas depois de tudo quanto aconteceu nos casos Casa Pia, Sócrates ou Galamba: como muito bem afirmou Pedro Marques Lopes, a Pide ressurgiu e tem no ministério publico o seu feudo...

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