terça-feira, 3 de junho de 2025

O Circo dos Egos e a Ausência de um Líder Genuíno

 

Após um presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, apostado em cumprir a nunca confessada missão de desmantelar a esquerda em Portugal, e os socialistas em particular, o que nos resta é um rol de candidatos à sua sucessão que, mais do que a um propósito nacional, parecem servir os seus egos inflacionados.

Comecemos por Marques Mendes, invariável alvo de troça pela falta de imponência física. Foi evidente a vontade de vencer o complexo de inferioridade com uma bem-sucedida carreira de lobista judicial, agora tentada pela ambição de se tornar no “presidente da junta” em que se converteu este país tacanho depois das mais recentes legislativas.

Teremos também António José Seguro, aquele que foi preterido pelos camaradas de partido a pretexto da "moleza" para com o governo de Passos Coelho. Mais do que a vocação para contemporizar, é a fraqueza ideológica que o torna risível nesta pífia tentativa de redenção.

Pensemos depois em Rui Rio, anunciado mandatário de Gouveia e Melo. É um óbvio desafio à escolha do partido, que o preteriu em favor de Luís Montenegro. Com o seu estilo peculiar e por vezes enigmático, mas sempre narcísico, parece sempre pronto a abanar as estruturas, mesmo que à distância.

E, por fim, o ex-almirante com o ego complexado a operar em sentido contrário, ao julgar-se possuidor de capacidades e competências muito acima das que verdadeiramente possui. É o tipo de figura que nos faz questionar se a autoilusão não será, afinal, um dos maiores defeitos em política.

Até agora, para quem é de esquerda e não se quer ver associado aos défices de personalidade destes presumíveis candidatos, não há um nome aceitável. É frustrante constatar que, depois de ter perdido tão injustamente para Marcelo um cargo para o qual estava particularmente talhado, Sampaio da Nóvoa não tenha ainda reafirmado a sua presença. A esperança é que se volte a apresentar à disputa, ou surja alguém que se lhe assemelhe nas qualidades e esteja isento dos reconhecíveis defeitos que assombram os candidatos já assumidos. Afinal, precisamos de líderes, não de quem se serve da política para curar os seus feridos egos.

2 comentários:

  1. Isso! Sampaio da Nóvoa. Pena Arnaldo de Matos já cá não estar.

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  2. Muito bem. Precisamos de alguém que defenda a Constituição e os valores democraticos do 25 de Abril!!!

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