Julgaria tratar-se de um daqueles rituais condenados ao desuso, tendo em conta a evidente falta de relação entre o ramo tradicional da Quinta-feira da Espiga e a sorte e prosperidade que deveria proporcionar num futuro próximo.
Estava enganado, claro! Num breve passeio às horas mais amenas do asfixiante dia de ontem, lá encontrei pessoas a empunhar ou a colher flores para o referido ramo.
Dir-se-ia que é uma forma de honrar os antepassados, celebrando a simplicidade da sua relação com a natureza, mas equaciono qual a relação com a crença religiosa de ser cumprida quarenta dias depois da Páscoa, a pretexto de ter sido esse o espaço temporal entre a morte de Cristo na cruz e a suposta subida aos céus.
Convenhamos que, para almejarem dias melhores, as pessoas têm melhor solução para serem bem-sucedidas: deixarem-se de crenças tolas e cuidarem de associar-se em lutas com os da sua condição para melhor combaterem quem as quer continuar a explorar.
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