1. Disse-o Pacheco Pereira na CNN que, quando perde eleições, o Partido Socialista escolhe tendencialmente uma liderança mole.
É isso mesmo que representa a anunciada pretensão de José Luís Carneiro para vestir esse fato e dar continuidade à tradição. O que, para mim, militante socialista com quase quarenta anos de ligação ao partido, é lamentável. A começar pelo facto dele não se medir convenientemente e não perceber que não tem as características adequadas para ser bem sucedido.
Numa altura em que o marketing é tão importante para o sucesso politico, José Luis Carneiro é um óbvio erro de casting, como o foi António José Seguro. Já para não falar do seu pensamento ideológico, muito pouco social-democrata e muito menos socialista!
O que significa isto: agora a vida pessoal não me permite fazer militância ativa (essa é toda dedicada aos cuidados a dar à minha cara metade numa fase da vida em que ela precisa de mim vinte e quatro horas por dia!), mas estivéssemos ambos na nossa mais pujante condição decerto não dedicaríamos sequer um minuto para ajudar este que nunca será o meu líder!
A liderança melhor sucedida do PS seguirá dentro de momentos depois de mais um lamentável intervalo!
2. Noutro programa da noite Susana Peralta deu explicação alternativa para as crises de André Ventura. Em vez da ideia mais comum de risível farsa teatral ele terá simplesmente mordido a língua e despoletado todo o veneno, que se lhe associa à composição da saliva.
Tanto bastou para que, aqueles em tempos definidos por Ettore Scola como feios, porcos e maus, se tenham compadecido e apoiado com o seu voto, quando já estavam embalados pela patética banha da cobra.
3. E se comecei com Pacheco Pereira com ele termino, porque é verosímil o que prognostica: depois de ter agido com objetivos eleitorais no último ano a AD já não dispõe da herança deixada por Medina para distribui-la insensatamente por quem mais vociferara contra o governo de António Costa. Sem dinheiro a rodos nos cofres não terá meios de prosseguir nessa ilusão para uns quantos e enfrentará o desequilíbrio das contas públicas, que a levará a apertar o cinto.
As cenas dos próximos capítulos na (des)governação de Montenegro não prometem ser tranquilas. E, digo-o eu, terão de ser as esquerdas a voltar a enfrentar o boi pelos cornos, não deixando que sejam os fascistas a aproveitarem-se da agravada crise social.
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