Fosse a sensatez a característica predominante do género humano neste primeiro quartel do século e coisas absurdas, como as vistas todos os dias, não teriam a mínima hipótese de sucederem.
Por exemplo aquilo que as sondagens destes dias preconizam quanto ao ambiente político pós 18 de maio: como será possível, que este primeiro-ministro, mais do que maculado por atos pouco éticos, possa manter-se no cargo? Como será possível que a terceira força política seja a de um líder mentiroso e assumidamente fascista? Como será possível que quem se identifica com a Revolução do 25 de abril mal chegue a 40% dos votos, os equivalentes à soma de todas as esquerdas?
Nesse sentido como mais de metade dos eleitores - os que não acedem à saúde, nem à habitação, tão pouco à educação superior por não terem os serviços do Estado consignados na Constituição, nem remuneração salarial compatível com uma qualidade de vida minimamente decente, avalizem a prossecução desse mesmo estado das coisas?
E, olhando para a humanidade do seu todo, porque escusam-se os humilhados, explorados e ofendidos a revoltarem-se contra os ditadores e os pseudodemocratas, que operam em prol dos interesses dos que só querem manter a acumulação de capital, que agudiza ainda mais a diferença entre quem tudo quer e os que, mais do que pretenderem equilibrar o desequilíbrio da balança, se limitam a invejá-los e a, futilmente, desejar imitá-los?
Mas, igualmente inexplicável, a aceitação da contínua degradação das condições de sobrevivência neste sobrecarregado planeta que, com um ou outro apagão, vai dando pistas quanto ao futuro que virá...
Olvidados los cauces de olvidada sensatez
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