quarta-feira, 16 de abril de 2025

A pequenina luz de que falava Jorge de Sena

 

Era um dos debates que mais interesse me despertavam à partida: como iria Pedro Nuno Santos enfrentar a criatura malcriada que, helas, ecoa na falta de senso, civilidade, e mesmo inteligência, de muitos milhares de eleitores.

Confesso que fiquei agradado com a calma e segurança do líder socialista, que mostrou nervos de aço para nunca alinhar com o tom abandalhado de quem não hesitou em repetir mentiras para parecer aquilo que não é: coerente e consistente nas opiniões.

É certo que a realidade norte-americana demonstra-nos que os “deploráveis” são-no por gosto e convicção, mesmo quando serão eles a  pagarem os custos maiores dos desvarios de quem promoveram como seu ídolo.

Aqui, mesmo na nossa reduzida dimensão, repete-se a cena: quem se identifica com Ventura não precisa de dizer mais nada, que se desqualifica sem apelo nem agravo.

Nem vale a pena perder tempo e paciência para os demover dos seus preconceitos e “certezas”: o tempo, esse inflexível arquiteto que Yourcenar tanto enalteceu, dar-lhes-á o troco devido. ´

A menos que o tom assertivo de Pedro Nuno Santos e de quem tem sabido exacerbar-lhe o lado caricatural - a seu modo, Paulo Raimundo e Rui Tavares também o conseguiram! - faça germinar um lampejo de dúvida em quem tem pendido para esse lado ideológico.

A tal toute petite lumiére de que falava o poema de Jorge de Sena!

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