1. Dizem os números que os debates entre os partidos candidatos às legislativas têm sido bastante acompanhados pelos eleitores, que neles buscam informação para guiarem as suas escolhas.
Perante aqueles em que Pedro Nuno Santos e Luis Montenegro já participaram percebe-se porque o segundo se furta a alguns sendo tão abissal a diferença entre o estilo convincente e coerente do primeiro e o atabalhoamento, mesmo acompanhado de algumas táticas manhosas, do segundo. A competência e a visão para o país são tão evidentes no primeiro quanto manifestamente ausentes no segundo. Não admira que, por isso mesmo, as próprias sondagens estejam a refletir a lenta progressão da tendência eleitoral para ser o PS o partido mais votado e Pedro Nuno Santos o indigitado para formar o próximo governo.
E ainda os cestos estão por lavar. A inaudita vindima de maio terá condições para resultar numa pródiga safra para quem para ela tanto, e tão bem, tem trabalhado...
2. O debate, respeitoso senão mesmo amigável, entre a Mariana Mortágua e o Paulo Raimundo traz de volta a questão da divisão entre as esquerdas mais radicais por razões ideológicas, que parecem algo fúteis em função das circunstâncias. Conseguissem juntar-se numa plataforma de entendimento de mínimo divisor comum e não potenciariam os votos, em número de deputados, que lhes dariam maior capacidade parlamentar para fazerem o seu trabalho político? Por exemplo na Madeira não voltariam a ter expressão na respetiva assembleia, e nos Açores não ampliariam a atual dimensão de só contarem com um deputado? Sem esquecer que, juntando-se-lhes os votos no Livre, isso ainda mais facilitado ficaria...
Se faz sentido o Partido Socialista ir sozinho a votos, por ter dimensão bastante para beneficiar dos critérios do método de Hondt, não se percebe porque, nas atuais circunstâncias, as demais esquerdas não se associam ...