Podemos lembrar-nos sempre da entrevista concedida por Mao Zedong a uma jornalista norte-americana que, perante a possibilidade de ser impedido de conquistar Pequim, e o poder na China, vgr-se “contemplado” com uma bomba atómica, lhe respondeu que isso equivaleria à destruição planetária, coisa de somenos se vista à escala do Universo.
Ou também do desespero que abreviou as vidas de Walter Benjamin, Virginia Woolf ou Stefan Zweig, julgando Hitler imbatível e, afinal, depressa o nazismo acabaria num monte de destroços.
Não vale a pena desesperarmo-nos com o sucesso da conspiração, que Marcelo empreendeu para erradicar os socialistas do governo, quando está acelerada a degenerescência das direitas no continente e nas regiões autónomas. Daí que a sua complacência com as mortes causadas pelas disfuncionalidades no INEM, ou a não comparência ao funeral de Odair Moniz, tornem patéticas (ou mesmo patetas!) as suas explicações. Se pode congratular-se por ter sido bem sucedido no verdadeiro motivo porque concorreu a Belém tem agora de ricochete os resultados: nem silenciando-se o mais possível Montenegro consegue iludir o fracasso da ação governativa dos seus ministros, enquanto Boieiro levou os Açores à bancarrota e o arguido Albuquerque se presta a confirmar a lógica de transformar-se em farsa no que, antes, era tragédia.
Se não tenho tecido comentários emotivos sobre a nova realidade em que o país acordou há um ano, depois de António Costa ter sido empurrado do cargo de primeiro-ministro, foi por adivinhar os “méritos” dos sucessores: bastava vê-los poisar. Como, aliás, está a suceder ao resto da direita: agora foi Mayan a mostrar a moralidade do partido por que se candidatou à presidência da República.
Deixemos que Ventura, e mais gente a ele associada, também melhor demonstrem a sua índole. Após voarem alto é vê-los chamuscarem as asas e procurarem poisar sem se estatelarem violentamente no chão.
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