quinta-feira, 6 de abril de 2023

Os neoliberais fazem mal à nossa saúde

 

Voltando ao estimulante texto de Ricardo Paes Mamede no Público (“O neoliberalismo não nos faz bem”) vale a pena prosseguir a reflexão sobre o primado da liberdade individual, que os neoliberais professam e, segundo os quais, daria ensejo a maior produção de riqueza e melhor afirmação das “forças criativas”.

Olha-se para o saldo destes quarenta anos de aplicação da receita prescrita pelos gurus da Escola de Chicago e conclui-se ter sido medíocre o crescimento económico, muitas as crises financeiras, gritante o crescimento das desigualdades e abissalmente em queda a confiança no conceito de Democracia ocidental.

Hoje, muito embora já não sintam orgulho em serem apodados de neoliberais, os que o são mantém a aposta no todos contra todos, ao mesmo tempo que insistem em diabolizar o socialismo como o maior dos males.

E, no entanto, segundo o professor do ISCTE é a própria Organização Mundial de Saúde  a lembrar “o aumento acentuado da prevalência da ansiedade, da depressão e de inúmeras doenças que delas decorrem (incluindo a obesidade, doenças cardiovasculares e dependências várias)” como “regularmente associado a fatores como o stress e a pressão laboral, resultantes de jornadas longas, falta de controlo sobre o conteúdo do trabalho, insegurança no emprego, precariedade e fraca proteção social. Para os neoliberais, isto é liberdade individual; para as pessoas afetadas, é doença e mal-estar”. 

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