sexta-feira, 7 de abril de 2023

Não é bonito o que os neoliberais nos “oferecem”

 

Na presente semana temos abordado mais extensamente o artigo publicado por Ricardo Paes Mamede no «Público» de segunda-feira e no qual ele aludia aos malefícios do neoliberalismo.

Entrando na segunda parte desse texto anota-se a promoção feita pelos neoliberais quanto ao livre arbítrio dos consumidores a quem deveria ser fornecida plena informação sobre o que consta em cada produto e dando-lhes então a liberdade para o comprar ou não. Como se a omnipresente publicidade não operasse sobre eles uma manipulação óbvia, condicionando-lhes esse ilusório poder. Afirma o autor que a “resposta neoliberal é sempre a mesma: precisamos de ainda mais ‘liberdade de informação’, de mais todos contra todos a disputar o nosso tempo e a nossa atenção.”

Não aceder a tudo quanto se é instado a desejar é causa de ansiedades e depressões, havendo notícia de aumento de fenómenos sociais dramáticos como o são os suicídios de crianças e adolescentes. Promovendo a “meritocracia” essa ideologia leva os desprovidos dos objetos de desejo a acreditarem na incapacidade para os alcançarem por não serem suficientemente “empreendedores” ou não conseguirem trabalhar bastante mais do que os horários excessivos, que os levam ao esgotamento. Promove-se o individualismo cerceando a tentação de ver esses desprovidos de riqueza a juntarem esforços para, coletivamente, forçarem uma melhor distribuição da que está disponível.

A concluir Ricardo Paes Mamede afirma que “isto não é uma sociedade decente. O bem comum não é isto. Faz sentido que os neoliberais não queiram que os chamemos pelo nome. O que têm para oferecer não é bonito.” E nós não podemos estar mais de acordo com tal remate.

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