1. Triste espetáculo o das oposições relativamente à ambiciosa reforma anunciada pelo governo para superar o problema da habitação, que se tem agravado seriamente nos anos mais recentes - aqueles em que os vistos gold lançados por Paulo Portas e as facilidades concedidas ao alojamento local redundaram em desequilíbrios sérios num tipo de urgência social há muito por resolver.
Se o direito a habitação, própria ou arrendada, constitui um imperativo constitucional, o governo revela determinação em dar resposta - mesmo que tardia! - ao que se tornou a desesperada busca das famílias e de pessoas sós para encontrarem um espaço, que sintam dignamente seu.
Que as direitas se sintam chocadas com o que entendem lesivo dos interesses especuladores, e as esquerdas enjeitem ver as potencialidades do que será implementado no imediato, e no longo prazo, só mostra que impera nas oposições a vontade de só maldizerem sem proporem alternativas viáveis e passíveis de chegarem aos anunciados resultados, se não mesmo aos que poderiam ser melhores.
O que assustará uns e outros é concluírem que, partindo o governo para uma nova fase da sua intervenção política - a dos atos, mais do que a das palavras! - ficarão cada vez mais cingidas aos incómodos de uma azia para que dificilmente encontrarão remédio!
2. Não é novidade, apenas a confirmação da característica de um sistema económico, que tarda em ver-se substituído por outro, mais decente e justo: as quinze famílias mais ricas de Portugal acumulam mais de 10% do PIB nacional. E, nalguns casos, até fazem gala em julgarem-se merecedores de uma condição, que só devem ao berço dourado em que nasceram e à persistência de uma organização político-social talhada para manter as coisas tal qual estão. E, no entanto, Galileu bem constatava que a Terra continua a girar.
3. Quão pequenos somos, quando olhamos para o catálogo de 3,32 mil milhões de objetos celestes catalogados como pertencentes à Via Láctea e agora acessíveis a quem aceder ao site do Dark Energy Camera Plane Survey, câmara instalada no Observatório Interamericano de Cerro Tololo no Chile. Perante tão infinita grandeza só podemos olhar para certos umbigos muito inchados e concluirmos quão ridículos são na pesporrência da sua ilusória importância.
Sem comentários:
Enviar um comentário