Sempre fugi da leitura das guerras em que os norte-americanos estão envolvidos - diretamente como sucedeu no Iraque ou, indiretamente, na Ucrânia como agora se verifica! - através das reportagens dos jornalistas e comentadores das televisões lusas.
O tom heroico, outrora usado pelos Albarrans de serviço, continua a ser o mesmo do que agora o assume gente apenas capaz de olhar para os factos numa descolorida paleta de cores, só com o preto e o branco como alternativas. Quando se adivinha que, por serem duas faces de uma mesma moeda - como a ilegalização de partidos da oposição - Putin e Zelenski se equivalem em práticas nada conformes com a “democracia” dita liberal...
Agora o comediante ucraniano foi aos Estados Unidos para limitar os danos de haver uma nova maioria no Congresso bem menos simpática para si do que o tem sido a dos democratas. Ciente do seu papel de provedor dos interesses dos anfitriões no seu invadido país, invocou que não será caridade as armas e, sobretudo, o dinheiro a ele confiados. Embora sem dar garantias que uma parte desses dólares não vá parar ao sítio onde os jornalistas do consórcio internacional descobriram ter escondido os seus, conforme explicitados nos dados referentes aos Panama Papers. E, na visita à Casa Branca até poderá ter abordado com Biden Sr. as condições para que o seu júnior prossiga com os negócios em Kiev, que Trump tentou utilizar em seu proveito, quando os classificou de duvidosos numa lógica de se ser fundamentado juiz quem por si mesmo se julga...
Ao que leio nas redes sociais houve jornalistas do género feminino, que exultaram com a visita em causa com o histérico entusiasmo das majorettes. E não terá sido provavelmente menor o entusiasmo dos dois marretas (Milhazes & Rogeiro), que lhes vão servindo de coro!
Azar o dos ucranianos, sabedores do que se seguirá: quando o urso do Kremlin se sente picado desata a atirar com todos os mísseis que tem disponíveis sem olhar contra quem nem onde. E isso traduzir-se-á em mais uns quantos mortos, civis e militares, a acrescentar ao longo rol de vítimas de uma guerra iniciada por conta de um antigo império que, na irreversível decadência, decidiu dar um derradeiro assomo da suposta e perdida grandeza numa desenfreada tentativa de expansão, que tem tudo para lhe correr mal...
E, no entanto, continua a faltar quem dê a Guterres a oportunidade para cumprir o seu papel, calando as armas e juntando a comunidade internacional numa séria iniciativa de paz. Azar o seu - e o dos ucranianos, dos russos e até nosso por lhe sofrermos os efeitos colaterais! - os norte-americanos continuam dispostos a investir no seu mandarete aquilo que recusaram a outro que, porventura, poderiam ter em Cabul e evitasse às raparigas afegãs a triste sina imposta pelos sinistros talibãs. Mas, por estes dias, embora muita gente continuara a morrer na Síria, no Iémen e outras geografias, as atenções centralizam-se nas que o Pentágono maior interesse tem em que isso suceda!
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