Estamos quase no Natal e desconheço se ainda existe um espetáculo italiano de canções infantis, que via no tempo em que a minha filha tinha meia dúzia de anos: o Zecchino d’Oro.
Desse tempo ficou-me uma canção, cujo título parece ajustar-se, como uma luva, ao atual líder da oposição: Ma che cosa ci posso fare?
O homem bem se esforça a andar numa azáfama de norte a sul do país multiplicando discursos para os telejornais, mesmo não se lhe conhecendo uma única ideia, uma ideiazinha que fosse!, para o país. Mas os resultados andam pífios como fica evidenciada na sondagem agora conhecida e assinada pelo ISCTE para o Expresso. Apesar do assumido desconforto dos portugueses com o governo, que entendem aquém do que se lhe poderia exigir nesta altura, acaso houvessem eleições lá teríamos a forte probabilidade de recomposição da Geringonça que, no seu todo sobe acima aos 50%, porque aos 49 somados entre o PS, o Bloco e a CDU ainda há a contar com o Livre metido na amálgama dos Outros, que equivalem a mais 5%.
Montenegro, pelo contrário, poderia associar os seus 29% aos 9 do Chega e aos 2 da Iniciativa Liberal para superar a irrelevante barra dos 40%, contando que só a superaria se, a exemplo do partido de Rui Tavares à esquerda, tivesse o de Nuno Melo à direita.
Em suma as direitas enleiam-se nos seus conhecidos labirintos: entre mais ou menos populismo e spins de imaginativa irregularidade, não conseguem cheirar o pote a distância bastante para lhe adivinharem o conteúdo. E a argúcia do primeiro-ministro, apoiada nos dinheiros do PRR, ajudarão a suplantar as contrariedades suscitadas por uma inflação, que tende a estabilizar-se e por uma guerra que Biden sabe não poder prolongar por muito tempo se quiser segurar a Casa Branca daqui a dois anos.
Adivinham-se muitas frustrações lá para as bandas alaranjadas, fascistas ou, indisfarçavelmente, betinhas.
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