1. O pacote aprovado pelo governo para apoiar as famílias na resposta à inflação custa 2,4 mil milhões de euros aos cofres do Estado, mas é patética a reação do principal partido da oposição - oportunidade para ressurgir da sombra mais um dos zombies do passismo com expressão particularmente carrancuda! - que veio maldizer medidas financeiramente muito mais significativas do que os pífios mil milhões, que o ululante líder anunciara no Pontal.
É um pacote, que sabe a pouco? Claro que sim! Nem que custasse dez vezes mais não faltariam censuras a quem, durante quatro anos, nada mais terá a fazer que não seja dizer mal de tudo e mais alguma coisa.
É verdade que não se assegura a reposição dos rendimentos, mas tem a prudência de não pôr em causa a dívida pública. E, relativamente, ao suposto truque imposto aos pensionistas, duvido que haja quem neles preferisse o pássaro engordado em janeiro de 2024 àquele que, mais enfezado, lhes aterra na mão já no próximo mês.
2. Houve quem criticasse as palavras de António Costa a respeito de Wariamu como se o massacre da população não tivesse aí ocorrido ou melhor seria não lembrá-lo.
É uma chatice: por muito que os que fizeram parte do exército colonial se incomodem, o colonialismo fê-los de facto, cúmplices de muitos crimes. E, tendo em conta que os cometidos contra a Humanidade nunca prescrevem, mais sentido faria levar perante a Justiça os que os cometeram e prosseguiram as suas vidas como se nada de mal tivessem feito.
3. Enquanto o governo israelita aprova mais colonatos em Jerusalém, vemos o Estado português acusado de antissemitismo pela Comunidade Sefardita do Porto, que encontrou, numa lei parva dinamizada por Maria de Belém, a forma mais expedita de comercializar a naturalização de muita gente mais do que suspeita como cidadãos de portugueses.
Antissemitismo? É triste, mas fica a constatação: as vítimas do Holocausto não mereceriam descendentes que, na antiga Palestina ou, agora, entre nós, se comportam como vamos sabendo!
4. Sobre a nova primeira-ministra britânica vale a pena recordar a frase de Groucho Marx de que parece particular seguidora: “Estes são os meus princípios. Se não gostarem tenho outros”. De facto, querer imitar Thatcher depois de ter nascido numa família à esquerda dos Trabalhistas, defendido a legalização das drogas, proposto o fim da monarquia e primeiro contestando o Brexit, depois defendendo-o com unhas e dentes, é obra!
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