sábado, 10 de setembro de 2022

Um bolo feito exclusivamente à medida deles

 

A ideia compro-a de alguém, que a propôs no Twitter: porque será que os nossos noticiários televisivos ridicularizaram as manifestações de dor dos norte-coreanos pela morte dos seus líderes e, agora, não poupam nos elogios aos britânicos pela maneira como reagem à da sua rainha?

Não temos ilusões quanto à objetividade da nossa imprensa, que dá diariamente mostras de como é manipulada de acordo com os interesses de quem a tem como propriedade. Por isso a liberdade de imprensa - tão glosada como uma das fundamentais no nosso tipo de democracia ocidental - mais não é do que a decidida por quem tem os meios para a privatizar em seu exclusivo proveito. O que nos leva à conclusão óbvia de não haver, afinal, grande diferença entre o que Putin ou Xi Jinping deixam noticiar na imprensa russa ou chinesa, e o que vamos sabendo através da nossa, controlada pelos Balsemãos, Mários Ferreiras ou Galinhas da nossa praça. Com a subtil diferença destes últimos quererem iludir essa constatação mediante o convite para, de vez em quando, e no meio dos seus comentadores pagos para dizerem sempre o mesmo, lá convidarem um ou outro, de esquerda, para acerejarem um bolo feito à sua medida.

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