Uf, que já estamos demasiado fartos das cenas de um interminável funeral com o qual nada deveríamos ter a ver - não somos quase todos portugueses e republicanos? -, mas nos não dão descanso.
Procuram-se os canais de notícias e, fazendo zapping por todos eles, lá se encontram as mesmas imagens, acompanhadas de comentários tolos (para não dizer verdadeiramente o que os desqualifica!) dos que, de fácies compungido, foram enviados para Londres e Windsor, para já não falar de Marcelo, que teve o topete de dizer-se representante de “todos” os portugueses.
De todos? Homessa! Para mim, tanto se me dá, como se me deu, que a velha senhora tenha tido o mais que esperado passamento! Posso conjeturar academicamente se o episódio corresponde, ou não, ao fim de uma época arcaica de que ela era mero símbolo, mas espantam-me os encómios sobre como, na sua irrelevância política, teria influído no seu tempo. Apenas por passear o discutível charme com uma coroa na cabeça sem tomar decisão sobre absolutamente nada enquanto enchia os bolsos numa acumulação de riqueza, que a transformaram numa das mulheres mais ricas do mundo? Isso enquanto as desigualdades cresciam avassaladoramente entre os seus ditos súbditos!
Agora que podemos voltar ao normal, ou seja, à campanha propagandística de Zelenski, organizada por competente agência de comunicação norte-americana, e aos inconsequentes debates sobre os jogos de futebol do fim-de-semana anterior, talvez sobre algum tempo para se ouvirem vozes avisadas sobre o que verdadeiramente importa nesta altura: retomar incisivo combate às mudanças climáticas e encontrar novas soluções para as diferentes versões das lutas de classes, que se intensificam um pouco por todo o lado. Porque, lembrou-nos o tio Carlos, que a História da Humanidade é delas feita, mesmo evoluindo com momentâneos tropeções, que no momento presente, muito têm a ver com a ascensão das diversas extremas-direitas, ora capazes de terem desempenho determinante no novo executivo sueco, ora de se prepararem para abocanhar o poder em Itália.
A par de Orban, de Erdogan, de Putin ou do comediante de Kiev, elas mais não são do que expressões do tal fascismo, que tínhamos prometido nunca mais aceitar!
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