Uma das piores características dos portugueses foi, um dia, verberada pelo poeta Alexandre O’Neill, quando lembrou que neste país no diminutivo, respeitinho é que é bonito!
Depois de tal poema ter sido composto os portugueses puderam verticalizar-se perante os demais povos do mundo, quer por deixarem de se submeter a uma ditadura serôdia e de deixarem de ser apontados como opressores colonialistas.
Desde então muitos líderes nacionais pugnaram por agigantarem o país à dimensão dos mais significativos a nível europeu.
Foi assim com Mário Soares principal visionário da importância da integração na União Europeia, então CEE. Foi assim com Guterres, que se bateu pela inegração do país na zona euro. E foi assim com José Sócrates, cujo discurso sempre foi o de elevar o prestígio do país ao ponto de consagrar passos importantes para a evolução comunitária no entretanto superado Tratado de Lisboa.
Pelo contrário a direita tem-se menorizado continuamente perante quem deveria sentir-se igual: Cavaco pretendeu ser o bom aluno de supostos professores europeus e Passos Coelho aceitou o papel de yesman de tudo quanto a chanceler alemã lhe impõe.
É precisamente sobre essa alienação dos interesses nacionais aos de outrem, que Baptista Bastos escreveu uma crónica interessante no «Diário de Notícias» de hoje. Em que conclui:
Torna-se pungente assistir aos salamaleques de Pedro Passos Coelho ante os senhores do mando, e o afã com que se apressa a ser um zeloso cumpridor das ordens emanadas de fora. Há um défice de dignidade e de orgulho que a desenvoltura do primeiro-ministro não consegue dissimular, e se espelha, afinal, em todos nós. O conceito de inferioridade nasce daquele que se considera como tal. E esse conceito, levado ao limite, transforma num ser alienado aquele que a isso se submete.
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Até se compreende que se façam prospecções de metais aonde eles existem em quantidade suficiente para servirem de mercadoria transaccionável no mercado internacional, por muito que os interesses de quem os explora coincidam muito raramente com os dos povos, que deveriam ser os donos efectivos de tais riquezas naturais.
Também se percebe a preferência por minas a céu aberto do que pelas situadas debaixo do solo, aonde os riscos e as consequências de acidentes se tornam muito mais dramáticos. Mas, olhando para a fotografia ao lado, colhida na maior mina do mundo a céu aberto, referente a uma exploração aurífera na Austrália, não podemos deixar de nos sentirmos impressionados com os seus efeitos na paisagem.
Ambientalmente o que ali se constata é um desastre de dimensões impressionantes.
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A incompatibilidade entre a democracia formal e a forma como o capitalismo procurava salvaguardar-se enquanto sistema de futuro será uma das principais constatações deste presente marcado pelo contágio à Itália da situação problemática já vivida pela Irlanda, pela Grécia e por Portugal. Sem que se saia da sensação de vivermos daqueles momentos em que cada líder mundial está barricado na defesa intransigente de si mesmo sem pensar no interesse global de todos quantos dele dependem. Que num mundo global são todos quantos na Terra habitam...
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